Essa nossa língua que não para de mudar


Depois dos singulares governos do Para Trás (PT), podemos parar de dizer que o Berção é um país abençoado, que não tem furacões, terremotos, neve, esses fenômenos naturais que não deixam os ianques se desenvolverem direito.
Sim, minha gente: hoje somos um país catastrófico.
Mas, apesar dos ã... digamos... prejuízos com que essa linha ã... ideológica nos brindou a todos, não podemos negar que pelo menos no vernáculo o LULLOMALLUFISMO deu valiosas inovações. E sem cobrar quase nada em troca, por incrível que possa parecer.
Já era hora de alguém agradecer. Então aqui vai nosso obrigado às importantes contribuições linguísticas feitas pelo partido do LULLUF.
Tomemos, a título de ilustração, o adjetivo "petista", que apenas recentemente foi incluído nos principais dicionários da língua portuguesa. Custa crer que antes da ascensão do Para Trás (PT) ao poder conseguíamos nos expressar sem esse fenomenal vocábulo que em apenas três silabazinhas diz, com perdão da palavra, uma cacetada de coisas.
Exemplifiquemos:
Certa tarde ensolarada, coisa e tal, o Malluf está dando uma entrevista a vários órgãos de comunicação, estampando na cara aquele sorrisão cínico que todos conhecemos. Vai olhando insolente cada repórter nos olhos, intimando, provocando, gestos expansivos e seguros de quem acha que o mundo é dele, voz anasalada e metálica de bezerro que mamou bem desde criancinha.
Lá pelas tantas, a indefectível pergunta:
─ Seu Malluf, e os três bilhões de dólares? Afinal o senhor roubou ou não?
E a igualmente indefectível resposta:
─ Olha aqui, seu repórter. Nunca pus a mão num tostão que não fosse meu.
Pois é. Antes, quando não tínhamos adjetivo para qualificar essa e outras respostas do Malluf e congêneres, simplesmente deixávamos cair o microfone no chão, em seguida deixávamos cair o queixo quase até a barriga e ficávamos lá parados olhando, entre confusos, perplexos e atônitos, tomados da mais profunda alexitimia.
Mas hoje em dia qualquer um tira de letra. Quer ver?
O Malluf está dando uma entrevista. Lá pelas tantas, a indefectível pergunta:
─ Seu Malluf, e os três bilhões de dólares? Afinal o senhor roubou ou não?
E a igualmente indefectível resposta:
─ Olha aqui, seu repórter. Nunca pus a mão num tostão que não fosse meu.
E o repórter, sem pestanejar:
─ Ora, seu Malluf. Deixe de ser petista.
Deu pra sentir, não deu? Por essa e outras, repito: o vernáculo, penhorado, agradece. Brigadão, Para Trás (PT).