Hoje resolvi vir aqui só para avisar aos meus leitores mais
assíduos que não, não morri nem aposentei meu teclado velho de guerra.
(Antes de prosseguir, só uma notinha >>> entre "meus
leitores mais assíduos" existem vários, muitos, sei lá quantos
lullomalluferos. Não posso dizer como, mas sei que esses desvairados não perdem uma
linha do que escrevo. E isso me faz um bem danado. Pois o sarrafo que venho
descendo no lullomallufismo é assaz duro. Deve causar uma dor sui generis no
lombo dos sicofantas. Só lamento que elles não me enviem uma fotinho ilustrando suas carinhas de dor e consternação ao ler meus tópicos. Fecha o
parêntese.)
É que durante os últimos dias tenho estado em, com perdão da
anáfora, estado de torpor.
Não, nada pessoal. Continuo serelepe e lampeiro como sempre fui e
sempre serei. E saudável qual um potro, com perdão do eco, pronto para faturar
o primeiro prêmio, apesar dos meus cinquenta-oitão. E carcar o malho na
lullomallufada só me deixa dia a dia mais feliz. Pois não é que passou até a
ser um objetivo de vida? Vai entender essa nossa cabeça cheia de doidices, não
é mesmo?
Mas o que foi que aconteceu com minha verve nos últimos tempos
afinal?
Bem, como tudo ainda é muito recente, não tenho certezas, mas apenas
especulações. Como todo escritor — n.b., estou apenas afirmando que
escrevo para viver, não que me candidatarei ao Nobel no ano que vem —, não sou
incólume ao famoso bloqueio criativo que costuma atacar dez entre dez
profissionais da escrita. Mas, desta vez, devo dizer que não fui acometido do
tal bloqueio.
Diga o que foi que houve duma vez, homem! — posso até escutar os lullomalluferos
soltando palavrões, com gana de esmurrar a parede dum diretório municipal por
aí ou a escrivaninha da repartição aonde o chefe supremo os designou para
sugarem os cofres públicos.
Respondendo >>>
O que houve foi um verdadeiro, um tremendo, um intratável excesso
de input.
Vocês não entenderam nada, entenderam?
Então explico.
Faz duas semanas que acordo cedinho com a primeira acelarada que o
vizinho aqui da frente dá em sua chaleira caindo aos pedaços e que escapou ao
controle da Controlar do Kassab e me sento aqui mesmo nesta mesa, diante desta
mesma tela, disposto a obrar mais um modesto artiguinho na esperança de que se
junte ao esforço dos brasileiros de bem que há mais de dez anos vêm tentando se
contrapor à tragédia do lullomallufismo... e que acontece?
Acontece que, como sempre faço antes de mais nada, dou uma
passadinha pelos sites da Veja, da Folha e do Estadão e... pimba!
Lá se vai meu queixo rumo ao chão, impelido pela lei da gravidade
e pelas notícias dos últimos dias.
À medida que meu polegar direito clica, meus olhos resvalam por
manchetinhas e manchetões enquanto meu cérebro se recusa a apreender o produto
do olhar.
Meu último escrito recebeu o título de A náusea. Vocês que o leram sabem que está
longe de ser um "análise" do dia-a-dia nauseabundo em que se
converteu a prática política com a assunção do sr. Lulluf ao poder. Só para me
repetir pela enésima vez, deixo esse tipo de exame cerebral a cabras do naipe
de Reinaldo Azevedo. Tendo mais ao idiossincrático. Não sei nem nunca soube
olhar o mundo friamente.
(Outro parêntese. Aliás, Azevedo voltou das férias arrasador,
cuspindo fogo e descarregando bala para cima dos correligionários do atraso.
Ressalve-se o mais importante: sem errar o alvo.)
Pinçando de volta o fio da meada >>>
Venho cá disposto a obrar mais um modesto artiguinho na esperança
de que se junte ao esforço dos brasileiros de bem que há mais de dez anos vêm
tentando se contrapor à tragédia do lullomallufismo incrustado no poder e que
acontece?
Dou de cara com a foto do Lulluf recebido com pompa e
circunstância pelo esbirro Haddad em evento realizado em plena sede da Prefeitura
de São Paulo.
Estudo cada um dos rostos na foto só para comprovar que tudo
parece normal. Lulluf vai falando, Haddad vai babando, os secretários
municipais vão aquiescendo.
Tudo já foi dito pelos comentaristas políticos sobre essa
aberração institucional e detesto redundância e me pelo de pruridos de ser
repetitivo.
Volto a escrever neste blog quando a náusea passar.