O vira-lata véio que meu
tio Nestor tinha no sítio me lembra direitinho petistas como o inglório Mercadante
e o notório Padilha (que rima com quadrilha), o ministro que botou a saúde dos
brasileiros nas mãos dum governante estrangeiro, terceirizando o sistema médico
federal para outro país e transferindo verbas que deviam ficar no Brasil para
cofres alheios, na mais descarada, na mais vergonhosa negociata populista de
que se tem notícia desde os desvarios getulistas.
Mas voltemos ao
vira-lata véio do meu tio Nestor.
Quando as visitas
chegavam, o bicho rosnava, arreganhava o focinho, babava uma baba melequenta,
tremia de ódio, parecia determinado a estraçalhar a gente de bem, latindo que
seu senso de justiça era irrevogável. Mas bastava um gatuno se esgueirar pra
dentro da casa à noite, afanando todos os pertences da família, e o vira-lata
abanava o rabo e lambia a mão do sarney.
No fim meu tio Nestor
mandou o vira-lata pra carrocinha, pois o bicho só servia pra encher o saco.
O vira-lata também tinha
bigode, embora não ao estilo vassourão do Merca. O irrevogável senador
tem uma desculpa, todavia: seu bigodão do século 19 lhe empresta aquela perturbadora
fisionomia que mescla Jânio Quadros e Stálin.
Quanto ao Padilha, bem,
que é que se pode dizer dum sujeito que alienou os cuidados médicos do
brasileiro para um país estranho que está ele mesmo doente há mais de cinquenta
anos, controlado manu militari por caquéticos selvagens sob uma ditadura que
só perde em atraso e violência para a Coréia do Norte?
O Brasil não merecia
esse ultraje.