Massacrando cidadãos



Na condição de expatriada, perdida de mala e cuia num país estranho com aguda necessidade de médicos e de medicina, não escravos nem escravidão, Ramona de certo está sofrendo a agonia de não saber qual será seu futuro, qual será o futuro dos entes queridos que deixou em seu país natal.

O que distingue o tirano ou o totalitário duma pessoa moderada é a não hesitação em usar terceiros para seus fins inconfessos e em vingar-se daqueles que julga seus inimigos, se possível com o máximo de crueldade de que for capaz.



Eis que as mulheres da ilha-masmorra vão provando e comprovando que têm sangue nas veias.
Depois da blogueira Yoani, agora temos a médica Ramona Matos Rodriguez.
Assim como milhares de outros colegas cubanos, Ramona vinha sendo espezinhada econômica e moralmente por dois países.
Um, refúgio espantosamente perdido no tempo, de economia extemporânea e regime político obsoleto e cruel, há mais de 50 anos tutelado sob a chibata e as mãos tintas de sangue dum grupelho de cães raivosos destituídos de toda noção de civilidade, humanismo e compaixão, homicidas que tomaram o poder para dizimar milhares de cidadãos e causar a diáspora de sua própria gente.
Outro, país-continente, territorialmente e em população o maior da América Latina, que há mais de 12 anos caiu nas garras duma súcia de gatunos, uma chusma de bandoleiros, uma corja de descarados inimigos do trabalho, nascidos para espoliar, tirar, subtrair e roubar, malta que se aproveitou da democracia tão duramente conquistada por todos os brasileiros para se apropriar dos bens públicos e utilizar o Erário em benefício de seu partido, seus cúmplices e suas comadres.
Nós brasileiros honestos e de bem estamos do lado da cubana Ramona Matos Rodriguez. Torcemos para que outros, muitos deles, centenas, quiçá milhares de conterrâneos seus, trazidos para este país na condição de escravos políticos do século 21 sob o infame rótulo mercadológico do MAUS MÉDICOS, possam acompanhá-la nesse que é um gesto de autêntica proclamação de independência de um indivíduo contra o totalitarismo praticado pela aliança espúria de dois governos inescrupulosos, traidores de seus povos, usurpadores, vocacionados para a impostura, dispostos à cafajestice, propensos ao banditismo.