O problema dos antilulopetistas radicais

Os radicais antilulopetistas têm um problema?
Têm. E o maior problema dos antilulopetistas radicais é que o problema não é só deles.
Mas qual é o problema dos radicais antilulopetistas?
Pra começo de conversa, não se trata apenas de um, mas de vários. E o maior problema dos radicais antilulopetistas é que eles não são radicais.
Não são radicais o bastante. Os outros brasileiros é que são radicalmente frouxos. E quem são esses frouxos radicais? São os que se intitulam moderados ou brandos, os que têm preguiça ou medo de assumir uma posição, os que insistem em pregar cautela ante a selvageria dos métodos lulopetistas de manutenção do poder a todo custo, os que se omitem ante o processo mórbido que vai se imiscuindo sob a superfície que ainda consegue esconder a entropia, os irresponsáveis que preferem dar de ombros alegando que política é assim mesmo e que todos os políticos são safados, os apáticos que acham que não podem interferir e determinar seus próprios destinos, os igualmente safados e folgados que só se lembram do governo quando é para reclamar da vida e choramingar por mais esmolas.
E por causa desses frouxos radicais e de todos os citados acima, os radicais lulopetistas vão deitando na indiferença e rolando na radicalização. Assim aos pouquinhos, assim devagarinho, passo a passo, à base de doses cavalares de propaganda esperta, bateladas de medidas populistas, mirabolantes farsas e programas demagógicos maquinados por meliantes astutos, os lulopetistas radicais vão botando deputados e senadores em seus bolsos recheados com o nosso dinheiro, nomeando juízes companheiros para os mais altos postos do Judiciário, se preparando para escapar ao jugo da lei em eventuais processo legais no futuro, e exaurindo a riqueza das grandes empresas e bancos estatais, acumulando recursos fabulosos para si mesmos e para seu partido e levando à falência e dilapidando os bens nacionais que fingem proteger.
Os radicais lulopetistas estão no paraíso. Um paraíso de frouxos radicais que não se atrevem a mexer uma palha para defender o que é seu. (Por enquanto. A continuar assim, tudo que é deles logo mudará de mãos. Então talvez acordem desse delírio anestésico em que caíram por inércia e covardia. E então talvez se arrependam e lamentem. E então será tarde.)
Eis o maior problema dos antilulopetistas radicais: o imenso guarda-chuva da brandura sob o qual se abrigam os sossegados.
Mas o problema dos radicais antilulopetistas não para aí. Eles têm ainda de lidar com os verdadeiros radicais: ladrões do partido governista e os salafrários da base aliada que saqueiam o Erário há doze longuíssimos anos, tão longos, que parecem nunca ter fim.
E por que esses velhacos e vigaristas são radicais verdadeiros? Ora, porque estão querendo dar um chega-pra-lá na democracia brasileira e botar um regime totalitário no lugar – um regime aos moldes chavistas em que o Judiciário e o Legislativo estão nas garras do Executivo e seus membros se limitam a obedecer aos desmandos do presidente, um regime que procura ferozmente esmagar a oposição, caçando nas ruas dissidentes que tentam erguer a voz contra a ditadura implantada em seu país por meio do populismo e da demagogia. E se os frouxos radicais permitirem, os radicais lulopetistas irão ainda mais longe – trocando nossa democracia pelo sistema que tanto admiram, o cubano. E então os radicais frouxos talvez se deem por satisfeitos sob o sistema do partido único, da imprensa de um só veículo controlado pelo estado, da cassação do direito de expressão e das garantias constitucionais e individuais como o habeas corpus e o direito de ir e vir, do estado senhor dos indivíduos, do fuzilamento dos que ousarem erguer a cabeça e dizer não.
O problema dos radicais antilulopetistas são os vigaristas radicais que depois de doze anos a parasitar o estado brasileiro, sugando dele radicalmente todos os recursos, têm o topete de radicalizar as eleições defendendo sua permanência no poder sob o pretexto de que as coisas precisam mudar.
O problema dos radicais antilulopetistas são os lulopetistas radicais que vêm roubando o Tesouro tão radicalmente, que deixaram o país radicalmente na tanga enquanto os radicais frouxos e idiotas olham pro outro lado como se não tivessem nada a ver com isso.
Só os radicais bobos são bobos a ponto de chamar de radicais os que tentam deter esses larápios de vocação stalinista que nos vêm assaltando há tanto tempo.
E o que não falta neste país é bobo radical. Não é de estranhar que os saqueadores radicais acusem de radicais os antilulopetistas. Para o lulopetismo, radical é todo aquele que se recusa a entrar para o bando de gatunos esquerdistas. O esquisito mesmo é que haja na imprensa tamanho número de covardes radicais que insistem em se acovardar tão radicalmente ante os abusos tão radicalmente perpetrados pela gangue que está no Planalto. Em qualquer país civilizado os membros dessa quadrilha estariam trajando confortáveis pijamas zebrados de presidiários, deitados nos catres de suas celas apreciando o sol nascer quadrado através das grades nas janelas do xilindró, pagando uma duríssima cana por seus crimes de lesa-pátria.
No Brasil não é assim que “funciona”, obviamente. Aqui os pusilânimes radicais acham radicalmente normal que os poderosos deem uma descomunal banana para as instituições e espezinhem as leis e a Constituição. E, infâmia das infâmias, quando chegam as eleições, têm o desplante de rir da nossa cara nos tachando de neoliberais privatistas.
Para os pusilânimes radicais os mandachuvas, uma vez encastelados no Palácio do Planalto, adquirem por encanto carta-branca para delinquir. (Os pusilânimes bananas radicais brasileiros de fato sofrem dum tipo de psicopatologia que os faz pensar que o poderoso tem o direito de mandar olimpicamente e o mandado, o dever de abaixar as orelhas e enfiar o rabo entre as pernas.) E a carta pode ser tão radicalmente branca, que os pusilânimes radicais não estão nem aí se os mandachuvas, que são eleitos para ocupar o Palácio por prazos de quatro anos, renováveis por igual período, resolverem radicalizar, como de fato têm radicalizado, comprando o Congresso com a dinheirama surripiada ao Tesouro e iludindo grande parte do eleitorado com as mais brutais mentiras, as mais descaradas fraudes, os mais esdrúxulos artifícios, as mais inimagináveis falácias, os mais patéticos fingimentos, a mais odiosa e odienta inversão de culpas e responsabilidades em que os bandidos ostentam no peito a estrela de xerife e os mocinhos erguem os braços se rendendo à ignomínia.
O problema dos antilulopetistas obsessivos não é que eles sejam obsessivos em sua gana obsessiva de travar um combate sem tréguas contra os estelionatários do lulopetismo. O problema dos obsessivos antilulopetistas são os omissos radicais e sua omissão criminosa com que ficam lá sentados de braços cruzados feito retardados enquanto a sra. Dilma Rousseff e sua chusma de abutres e hienas vão escarrando em suas caras de obsessivos omissos.
Que mais, afinal, os lulopetistas radicais e os radicais lulopetistas têm de fazer para que os brasileiros frouxos moderados brandos apáticos folgados choramingões mendigos preguiçosos inermes covardes brandos bobos pusilânimes bananas resolvam se mexer?
Foi pouco a capanga intelectual ultrarradical Marilena Chauí os ter xingado de “abominação política, fascista, abominação ética, violento, abominação cognitiva e ignorantes”?
Foi pouco ainda ontem, dia 25 de setembro de 2014, o ultrarradical chefão mensalero Lula da Silva, em discurso na cidade de Santo André, ter feito a apologia do assalto a banco, afirmando textualmente, literalmente, tintim por tintim que “Roubar um banqueiro… O banqueiro tem tanto que um pouquinho não faz falta. Quem rouba mesmo é banqueiro, que ganha às custas do povo”?
É pouco a ultrarradical sra. Rousseff torrar mais de 2 bilhões de reais por ano em publicidade com a administração pública direta e indireta para promover seu governo ultra-incompetente?
É pouco que a ultra-extremista sra. Rousseff tenha dado, doado, presenteado, emprestado, financiado ou seja lá o que fez com os 2 bilhões de reais enterrados no porto de Mariel na ilha de Cuba? E, como se ainda fosse pouco, o porto tenha sido usado, segundo relatório da ONU, para contrabando de armas para a Coreia do Norte?
É pouco que a ultra-extremista sra. Rousseff agracie os ditadores Castro com 511 milhões de reais anualmente através do programa Mais Médicos ao invés de investir nos profissionais brasileiros?
Será pouco que a administração dos lulopetistas radicais tenha encomendado a refinaria Abreu e Lima, no Pernambuco, por 2 bilhões de reais e hoje já passe dos 20 bilhões e os custos não param de subir? Será pouco o 1 bilhão de reais garfado na maracutaia da refinaria de Pasadena, nos EUA, imbróglio em que a ultra-ingênua sra. Rousseff alega ter sido ludibriada pela direção da Petrobras e mesmo assim ninguém foi punido até hoje?
E serão pouco os 10 bilhões de dólares lavados pelo mega-esquema do ultrarradical doleiro Alberto Youssef em conluio com lulopetistas radicais e seus apaniguados, asseclas e correligionários?
E será pouco o mar de sordidez e baixezas e canalhices a que vem apelando nestas eleições o ultra-honesto governo lulopetista e seus especialistas em listas, dossiês, adulterações de páginas na internet, acusações fraudulentas e seus sites e blogs a soldo de empresas e bancos estatais e seu vasto exército de jagunços digitais treinados para disseminar calúnias, difamar e achincalhar adversários e oposicionistas?
Pois é. Os radicais antilulopetistas têm um problema. E parece que o problema dos antilulopetistas radicais não é só deles.