Em que século estamos mesmo?

Os venezuelanos não sabem o que fazer com o cadáver de Chávez.
Aqui em casa nunca tivemos esse tipo de dúvida. Temos um túmulo da família onde enterramos nossos mortos.
Os herdeiros políticos de Chávez não querem que o potencial lucro do cadáver acabe por aqui. Aquele sujeito, Maduro, sucessor do generalíssimo, comandante, redentor, grande guia, sei lá que título dará em última instância ao grande cadáver, precisa espremer na morte até a última gota as vantagens que o pretenso continuador de Bolívar prometeu em vida.
Maduro, recoberto de galardões, medalhas e restos da caçarola de frutos do mar e petróleo respingados na camisa branca, ainda está indeciso. A lucidez vai e vem e sobe e desce como a cotação do peso (ou sabe-se lá o nome da moeda do país) venezuelano no mercado negro.
Ainda se os satânicos americanos tivessem embalsamado Ronald Reagan!
Ainda se os britânicos, vassalos  dos satânicos americanos, tivessem embalsamado Margaret Thatcher!
Ou, ai quem me dera, alguém mais próximo como Evita Perón! Ou Getúlio Vargas!
Pombas, meter os peitos assim nessa coisa de embalsamagem, embalsamação, embal...
Aie aie aie mamacita! Por que foi estourar logo nas minhas mãos?