Lições que não sabemos aprender



Tinha jurado a mim mesmo não cair de novo nesse assunto do face mas adoro quebrar minhas juras. Na próxima vou prometer e fazer como a Dilma, quebrar esplendorosamente, deliciosamente, magnificamente cada uma das promessas feitas. Pra mim é patente o prazer do monstrengo ao infringir uma norma social importante como essa. Lula nem se fala. O maior orgulho do Lula é ser, e se mostrar descaradamente, um porcalhão. Tenho quase certeza que o boçal só não parte para atitudes extremadas como a escatologia porque seria transgressão inaceitável mesmo para os primários que votam nele. O maior barato de Lula é zombar do país, pisotear os pudores e os pruridos das classes médias. Lula já se declarou aideológico mas não é tão simples assim. Cultiva, cultiva “com carinho”, para usar uma expressão dileta sua, o ódio aos abastados. É um ódio fundamental, que faz parte dele qual um órgão vital, um ódio nascido na primeira infância quando cruzava com os mais afortunados e sacava meio subconscientemente que os dados não lhe tinham sido favoráveis. Provavelmente prometeu a si mesmo – e essa promessa vem cumprindo religiosamente – que nunca perdoaria os bons vivants. Foi ali que decidiu desempenhar o papel de vítima eterna. Isto está estampado naquela carranca amarga que não se desfaz nem quando ele ri. Imagino que muitos de seus eleitores e devotos se identifiquem com ele por aí. Uma das maiores curtições do brasileiro é se vitimizar. Muitos não dão lhufas a conceitos civilizados, ou mesmo sofisticados, como dignidade. Estão se lixando para o mau julgamento que os bons vivants possam fazer deles. Como Lula, são arrogantes mas não altivos. Têm a arrogância característica dos ignorantes e dos broncos. Esta estampa, agora quem a ostenta exemplarmente é Dilma. Dilma e sua rispidez preventiva, rechaçando sumariamente todos os approaches alheios para não acionar a reação errada. Mesmo assim, é o que mais acontece com a pobrezinha. É a pessoa mais perdida que todos os brasileiros vivos teremos conhecido em nossas curtas existências de capachos do poder.