Na Folha de São Paulo, o eterno paraíso



É uma esbórnia ler a edição digital da FOLHA DE SÃO PAULO.
Eis que deve ser o primeiro jornal do mundo escrito só por vedetes sobre outras vedetes. E não faltam amenidades. Ou “platitudes”, no curioso linguajar do Clóvis Rossi.
(Rossi não sabe escrever mas tal deficiência nem sempre é imperdoável num jornalista. O que se espera mesmo é que pelo menos use o idioma oficial do País para compor os artigos que publica. Certa feita, já apoquentado por tantas “platitudes” com que o jornalista recheia seus textos (nos dois sentidos, bien sûr), resolvi tirar satisfações. Tudo bem, sei muito bem que querer chamar um jornalistão às falas sempre termina em mais frustração e irritação, mas dei de ombros. “Vá lá”, pensei, “só desta vez. Vejamos o que acontece”. Me enchendo de coragem, sapequei em meu email que ele parasse de usar “platitude” e outros termos que usava e ainda usa de modo flagrantemente errado e inapropriado e que começasse a escrever em português. Rossi me devolveu a bola alegando, não sem um toque algo galhofeiro, que para ele não era caso de fim de mundo. Nem preciso dizer o que pensei de alguém que é obrigado por profissão e por respeito a seus leitores a usar bem as palavras mas está se lixando para o mau uso que faz delas.)
((Não preciso dizer mas vou dizer mesmo assim: “Esse Rossi é um porcalhão”. Eis o que pensei.))
Tudo bem que a FSP não seja a única a abusar de banalidades, trivialidades, vulgaridades e idades outras. Nos últimos tempos a Veja vem carcando o pé sem dó no besteirol em forma de fofoquinhas e recadinhos sobre personalidades televisivas. O Estadão, idem. E não é de agora.
Quando foi exatamente que essa opção preferencial pelas celebridades começou? Uns vinte anos atrás? Nos meus tempos de facul o cabra tinha de ser macho se quisesse ler, e entender, uma edição dominical do Estadão de cabo a rabo. Toda semana um imenso, imperdível tratado de Raymond Aron, que não deixava passar batida a chance de ridicularizar Sartre por sua asquerosa propensão à autopropaganda e à demagogia pega-adolescentes. (Esses esquerdistas não se emendam.) Começava a leitura cedinho e só me levantava da mesa horas depois, lambendo os beiços empanturrado de novos conhecimentos e cultura. O jornal mantinha em cada rincão deste vasto mundo correspondentes que esbanjavam técnica e dignidade profissional. E tratavam o vernáculo com o devido respeito. E os artigos estrangeiros eram traduzidos por pessoas cultas e competentes em ambas as línguas. Os tradutores do Estadão hoje em dia são semiletrados. Mesmo assim, tenho cá para mim que de todos os órgãos da imprensa nacional o Estadão ainda é o mais digno. Apesar dos pesares.
Jornais e revistas vêm encarando uma barra pesadíssima e reconheço que não possam e não podem parar no tempo. Não, esta obviedade não é tão óbvia quanto parece. Com a internet praticamente monopolizando a atenção de cada bípede dotado duma conexão neste mundo cada vez mais complexo, não está batatinha trabalhar com notícias sob os novos, com perdão do palavrão, paradigmas recém-estabelecidos pela interconectividade. Posso imaginar os passos miudinhos dos editores nas salas de redação de cada empresa de mídia tentando dançar conforme a música. De minha parte, nem sei que música está tocando. Não sei sequer se está tocando alguma.
Mas vamos convir.
Modelo come muito antes de ensaio sensual e fica nervosa
Eis uma das chamadinhas na primeira página da Folha online de hoje. Se ainda fosse algo como “Modelo é muito comida antes de ensaio sensual e fica nervosa”, sei lá, na certa guardaria algum resquício de interesse para os tarados que rondam a rede em busca de saciar sua concupiscência.
E as notícias de cortes de despesas e de funcionários nas empresas jornalísticas não param. Dizem que há uma crise no setor. (Em qual não?) A FSP parece estar entre as mais suscetíveis aos sabores do mercado. Quem já leu o tal de José Simão e entendeu provavelmente sabe por quê.
Dias desses fui parar na página do Marcelo Coelho, outro valente articulista folhense.
Tema: ele recebera um telefonema do departamento de vendas da Veja lhe oferecendo uma assinatura e iria nos contar a nós seus leitores como se saíra da enrascada.
Logo na primeira linha a esclarecedora ressalva: faz sei lá quantos anos que Coelho não lê a Veja.
Bem, cada um que leia o que lhe aprouver, mas é no mínimo exótico que um jornalista profissional opte por não tomar conhecimento do que se passa nas páginas da revista mais vendida do País. Em qualquer país civilizado e em qualquer órgão de imprensa sério, jornalista alienado seria uma contradição em termos.
Dada a ressalva, seguem-se algumas brincadeirinhas judiciosamente óbvias. Quem gosta de atender o telefone para escutar uma oferta de venda do que quer que seja?
Mas como o tema é esse mesmo e não vai mudar nem por milagre, Coelho prossegue com as piadinhas.
Eu, leitor calejado, só na moita esperando Coelho açambarcar em seu chiste todas as empresas – e são todas elas, Jesus – que usam o mesmo procedimento de marketing. Afinal não há assunto mais surrado hoje em dia que esse.
De súbito, pimba! Coelho tropeça nas próprias pernas. Comete o erro fatal.
Qual seja: arruma um jeito de associar o infelicitado telefonema do departamento de vendas da Veja à revista em si.
Como último e definitivo argumento para recusar uma assinatura daquele veículo jornalístico, sapeca que a revista cultiva um público consumista (sic; dada a distinção, só podemos deduzir que o público da Folha se constitui de ascetas e cenobitas). E no mesmo parágrafo não perde a oportunidade de aniquilar os desejados efeitos do próprio texto chamando os colaboradores de Veja de hidrófobos (!)
Será que o Coelho está-se referindo ao Reinaldo Azevedo? brinquei sozinho fingindo estar confuso comigo mesmo. (Sorry, mas tenho essa mania de ser meu maior entertainer e espectador simultaneamente.)
Claro que está! respondi, fingindo que ainda não sabia.
Será ciúme? tasquei assim de supetão a segunda pergunta em minha autoentrevista, tentando baixar minha própria guarda com o famoso método da autossurpresa.
Segundo os números que o próprio Reinaldo Azevedo tem divulgado, seu blog deve ser um dos campeões de audiência dentre os que falam de política. Ao mau passo que o blog do Coelho, que habitualmente trata de...
Mas do que é que trata o blog do Coelho mesmo?
Em minhas mais recentes visitas fiquei com a impressão de que trata de tudo, método que se consagrou como o mais rápido e eficiente para se tratar de nada.
Coelho chamar os jornalistas de Veja de hidrófobos me deixou assaz incomodado. Em primeiro lugar, porque é alcunha demasiado pesada para se colar em humanos, ainda mais jornalistas. Pessoalmente, os únicos hidrófobos gente que conheço são certos cães de guarda do lullomallufismo. Em segundo, não me pareceu coadunar com o perfil sempre cauto, comedido, cordato, ponderado, precatado e — ufa, haja sinônimo nesta maravilhosa nossa língua! —, circunspecto do autor da alcunha.
Então fiquei aqui no meu cantinho tentando decifrar o enigma. Por que tamanha fúria precavida contra os jornalistas da Veja? Ou Reinaldo Azevedo, mais especificamente? Pois estava na cara que era Azevedo o alvo inexplícito do ataque.
Seria pela firmeza, contundência e constância com que Azevedo interpela diuturnamente os lesa-pátria que estão dilapidando o Brasil tanto financeira quanto moral quanto institucionalmente?
Se for, posso dizer que, no que me toca, precisamos, isso sim, duma penca, e das grandes, de reinaldos azevedos. O partido que aí está vem implantando um golpe contra a nossa democracia pelo menos desde 2005. É um movimento que começou silencioso e prudente, bem controlado por gente ladina, mas que pela própria dinâmica e magnitude adquirida ao longo do processo está-se tornando mais e mais descarado. Lula passou os oitos anos de seus dois mandatos trepado encima dum palanque a aviltar seu antecessor de todas as maneiras possíveis, difamando seus incontáveis desafetos, injuriando e ofendendo oposicionistas – e, sempre que possível, os sabotando, totalmente indiferente aos males que pudesse trazer aos respectivos eleitores desses políticos –, e isso não tem absolutamente nada de democrático. Paralelamente, montou não uma estrutura administrativa e uma equipe de profissionais que melhor enfrentassem os problemas que ele e seu partido foram eleitos para resolver, e sim um imenso circo em cujo picadeiro, logo no dia subsequente à posse, teve início o mais retrógrado, o mais asqueroso culto personalista a que este país já pôde assistir, sempre sob a batuta do mercadólogo João Santana – que foi e ainda é sob Dilma o segundo homem na hierarquia do governo, e isso não tem absolutamente nada de democrático. E, também paralelamente, foi botando o Congresso no bolso, aos poucos, comprando partidos e lideranças, cooptando políticos a peso de ouro, convencendo e vencendo disputas em troca de presidências e diretorias em centenas de estatais até obter a mais unânime obediência de congressistas de que se tem notícia na história, e isso definitivamente é golpe.
Passada essa primeira fase, muitos dos golpistas já nem procuram dissimular tal como faziam antes das condenações dos mensalleros pelo STF. Há dias ninguém menos que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o exmo. sr. Gilberto Carvalho, que até há pouco sempre se pautou pela prudência, cometeu o desplante de se deixar filmar em sua mesa no Palácio do Planalto, sob um retrato oficial da presidente Dilma Rousseff, ameaçando que o “bicho vai pegar” se os que exigem o indiciamento de Lula pelas revelações de Marcos Valério não se comportarem. Dada a frieza e o calculismo típicos de Carvalho, não me parece razoável supor que tenha sido uma manifestação ao calor da hora. A mim me parece sinal inequívoco de que o primeiro estágio, velado, do movimento golpista está-se superando para dar lugar a um jogo aberto em que a tropa lulista passaria a um estado de prontidão. Especulo, naturalmente. Mas, em vista dos envolvidos, não duvido.
Gostaria muitíssimo de perguntar aos marcelos coelhos que se imaginam anjos da temperança como é que nós brasileiros honestos devemos entender e reagir a tantas e tamanhas demonstrações de que os que estão hoje no poder não pretendem e nunca pretenderam jogar limpo. Com os lulistas, estamos recebendo incontáveis lições de como se dá um golpe político sem a necessidade de pegar em armas. Hoje está mais que óbvio que eles empolgaram o poder já dispostos a nunca mais soltá-lo. Lula já afirmou expressamente que não permitirá a volta dum tucano à presidência, numa sinistra manifestação combinando bravata, empáfia, soberba e candura. (Como todos se recordam, aconteceu num programa do valoroso Ratinho. Me lembro de que, no dia seguinte, as hostes lulistas estavam em polvorosa nos fóruns digitais, celebrando a garra e o descortino do grande líder. Nauseabundo.)
E como devemos tomar as diárias afrontas à lei cometidas tão acintosamente pelos lulistas? Devemos enfiar nossa viola no saco, nos transformar em homens de palha a assistir passivamente que os poderosos da hora e suas hordas decidam eles próprios se querem ser julgados ou não, zombando de milhares de brasileiros que todos os dias são obrigados a enfrentar as barras dos tribunais e abolindo a Constituição? Lula sabia? Não sabia? Chefiou o esquema? Não chefiou? Ele que abandone seu mundo de fantasia habitado por áulicos e sabujos e venha aqui fora responder por seus atos como qualquer cidadão brasileiro. (Eles o chamam de Deus e ele começou a acreditar.)
Eis a realidade política atual. Haverá tema mais importante que esse para quem se pretende intelectual, i.e., uma pessoa antenada com o que de mais importante acontece em torno de si e preocupada com as consequências dos atos perpetrados pelos poderosos sobre sua vida e a das pessoas à sua volta? Ou devemos enfiar a cabeça num buraco, como quer o sr. Nelson Motta ao decretar que o assunto mensalão já cansou? Motta talvez se disponha a ressuscitar o natimorto Cansei, pelo qual as classes médias acéfalas, entre a desesperança e o entusiasmo pueril, tentaram confrontar o descalabro lulista por uma fracassada ação que deveria ter sido tomada por um partido oposicionista.  Não, o mensalão ainda não virou história. Quando virar – e se de fato redundar em condenações que façam um mínimo de justiça –,  deixaremos de tratar dele com a assiduidade e a veemência de agora.
Pelas razões acima e por outras que, acho eu, não preciso repetir, nunca incorreremos no pecado do excesso por usarmos as armas de que dispomos para defender a República da barbárie que se instalou nos palácios. Eles já deram todos os sinais possíveis e imagináveis de que jamais cederão o poder pelas vias legitimamente democráticas. Que nome devemos dar à redução nas tarifas de energia elétrica decidida pela presidente Dilma Rousseff de forma absolutamente arbitrária, colocando em risco ativos das empresas da área no valor de dezenas de bilhões de reais, com o exclusivo fito de fazer populismo e, de lambuja, botar a culpa pelo já sabido fracasso do plano nos governadores da oposição? É patente que o mago da mercadologia João Santana está por trás de cada um desses lances fabricados para sustentar os índices de popularidade de Lula e Dilma. Quantas centenas de bilhões de reais já viraram pó ao longo desses dez anos de lulismo em prol da hegemonia absolutista desse partido de totalitários desvairados?
Vou me abster de lamentar pela enésima vez a falta que Paulo Francis faz no jornalismo pátrio. (Embora lamentos há que nunca é demais prantear.) Certo, muitos por aí dizem que Francis nem jornalismo fazia. Sim, posso até concordar. Mas o que Francis não negaceava era opinião. (Ao contrário de muitos dos jornalistas encimadomuristas especializados em aboborinhas.) Não tinha medo de dar seus pitacos, no pitoresco linguajar da rapaziada de hoje. Ou de meter a colher no angu, no mais expressivo fraseado de outrora.
Okay, sofrendo de incontinência opiniosa, Francis muitas vezes pegava mais na ferradura que no cravo. Mas isso também já virou clichê, de tão repetido. E não tinha lá muita importância para nós que o amávamos tanto. No frigir dos ovos, o que interessava era o poder fenomenal de seu estilo e a paixão com que abria ao público seus peculiares, encantadores modos de enxergar as coisas. Mas o que fazia dele um sujeito sem igual mesmo eram os raios fulminantes que disparava contra os embustes armados por totalitários travestidos de socialistas para passar a conversa no povão. Hoje, com Lula e súcia ilimitada no poder, podemos finalmente comprovar o que ele dizia.
Seus pretensos verdugos exigiam dele uma imparcialidade que só existe nos delírios dos totalitários. Francis era um parcial honesto. Como hoje se sabe à sobeja, era caninamente fiel aos amigos. E furibundo com os desafetos.
Nós na arquibancada nos deliciávamos assistindo às diabruras daquele raro filho da mãe gentil que não fugia à luta. Peitava com gosto quem se atrevesse a desafiá-lo. E se chegasse ao confronto aberto com um infeliz qualquer, só descansava quando visse o outro devidamente reduzido a escombros. (Nosso amigo Coelho com certeza execrava a violência dos artigos de Francis, quando na verdade era o que eles tinham de mais cativante.) A própria Folha, sempre ciosa das aparências, algumas vezes se viu obrigada a intervir. O que nos deixava muito tristes a nós seus fãs de auditório. O anticlímax mais desbundante foi o enrosco que aquele primeiro ombudsman do jornal, de cujo nome já desisti de me lembrar, tentou armar para cima dele. Pelas preliminares, estava garantido que a final seria de vida ou morte. Mas para a felicidade geral da nação o dono do jornal mandou desmontar o ringue.
Hoje estamos na feliz companhia de “imparciais” como o supracitado Marcelo Coelho, além de Gilberto Dimenstein, Hélio Schwartsman, Clóvis Rossi, Fernando Rodrigues, Barbara Gancia e toda aquela trempa que, imagino, não escreve uma só linha digna de leitura. (O abestalhado José Simão merece um capítulo só dele, que, espero, nunca ninguém escreva.)
Salvante o culto e arguto sacador lusitano João Pereira Coutinho, a maioria dos demais dá a impressão de que saíram de viagem para a estratosfera e não têm previsão de retorno.
A grande patota chove-mas-não-molha.
E tem ainda aquelas longas tirinhas de rostinhos sorridentes que a FSP denomina seus colunistas.
Ao que parece para quem olha de longe, estão ali apenas para encher a pança do infeliz internauta da mais insossa lingüiça (opa, não tem mais trema; a FSP, apossando-se das regras que regem o vernáculo, aboliu esse sinal ortográfico muito antes da famigerada reforma, aquela última antes da próxima. Jornal moderninho é assim, mexe no que não lhe diz respeito em vez de levar aos seus leitores os fatos mais importantes do dia como seria de esperar que um jornal fizesse).
São várias dezenas de cabeções e cabecinhas dos colaboradores à nossa escolha. (Quer dizer, “colaboradores” os denominávamos antigamente. A deduzir de grande parte dos artigos na Folha, a impressão é que aquilo pode ser qualquer outra coisa menos “colaboração”.)
A variedade lembra a duma barraca de frutas e legumes lá pelo meio-dia, quando as donas-de-casa já começam a se retirar de volta para casa depois de passar horas apertando, chuchando e beliscando a mercadoria em busca da perfeita consistência, maturidade e sabor enquanto, alegremente unidas em rodinhas de três ou quatro, vão tagarelando sobre o Direito de nascer ou sei lá qual novela estão passando depois do jornacional.
Os retrorreferidos colunistas são senhores sisudos demonstrando virtuosidade,  madames com a plástica em dia, senhoras simpáticas, cavalheiros com todos os dentes à mostra a deixar claro que em primeiro lugar vem a urbanidade, jovens com carinhas empreendedoras, rapazes irriquietos, mocinhas de bem co’a vida.
O que me faz pensar, será que os leitores escolhem seus colunistas pela cara? Então estou lascado, pois não vou com a cara de nenhum. E estou lascado uma segunda vez, pois, se for assim, dificilmente conseguirei atrair leitores com esta minha carranca de poucos amigos. Mas, peço ao Instituto DataFolha, não me tomem como referência para leitor de jornal nem de nada. Sou um sujeito extremamente enjoado e duro de contentar. Sorry.
Por exemplo, neste exato momento em que escrevo, i.e., 12:25 da tarde de 19 de dezembro de 2012, acham-se em oferta, sob a rubrica COLUNISTAS DA FOLHA, a sra. Heloísa Negrão e seu artigo intitulado Protetor solar na maquiagem, o sr. André Barcinski e seu artigo Nova York oriental e underground, o sr. Tostão e Aprendam com o Coringão e o sr. Alexandre Schwartsman com Jogo dos sete erros.
É de encher de desânimo um cidadão que dá ao governo metade de tudo que ganha na vida ou não é?
Mas, como sempre acontece, o pior ainda está por vir.
Descendo a página alguns centímetros e rolando um tico para a direita, damos cuma coisa chamada “F5”.
(Parêntese. Todo o conteúdo editorial online da FSP  tem um limite de vinte visualizações mensais por leitor não assinante. (Curiosamente, os editoriais não se incluem nessa restrição.) Mas a coisa chamada “F5”, não. Que estranho. Será pegadinha para atrair iletrados a zanzar pela rede e assim aumentar o ibope da clicagem?)
Sob o F5 ficamos sabendo que Ísis Valverde aparece seminua em chamada de microssérie. E que Bruno Gagliasso faz barba e cabelo e agrada Giovanna Ewbank. E que candidata a musa do Brasileirão faz ensaio (veja). E Maria Fernanda Cândido diz que dispensa convites para não ficar no Rio.
Entendo e admito que nem todos os cidadãos desejem ficar cem por cento do tempo ligados na realidade política. Ou que certos jornalistas receiem enfarar seus leitores com assuntos secundários como quadrilhas que se organizam para se perpetuar no poder. Afinal, a grande maioria dos brasileiros parece estar se lixando para “picuinhas” éticas e para jornalistas que insistem nessa conversa chata. As pesquisas dizem que tudo estará bem enquanto o crediário das Casas Bahia continuar acessível. Além de bons descontos na linha branca, essa patota descobriu recentemente que ter gente como a gente no comando é mais gostoso. O presidente é corintiano, fala errado, tira uma dos ricaços, não se avexa de soltar uma besteirinha a cada minuto, exibe constante um sorrisinho maroto no carão rechonchudo, enfim... é um fofo!
É larápio? É ladrão? Ora, que político não é?