Deixemos de mistificações:
Lula não tem talento nenhum.
Eis aí um sujeito constituído
tão só e exclusivamente de defeitos, pecados e desvios de caráter.
Tem um único mérito, se é que
se pode dizer assim: o de ter sido agraciado c'uma fantástica sucessão de
golpes de sorte a partir do momento em que se tornou sindicalista.
Há anos abundam, vindas das
mais diversas fontes, loas dirigidas em voz prenha de emoção aos dotes pessoais
desse senhor. Inclusive dos que não compartilham de suas ideias e atitudes. Ocasionalmente
o repreendem, mas sempre com reservas às suas habilidades políticas. Alguns o censuram,
mas respeitosamente. São reprimendas que procuram dignificar tanto o crítico
quanto o criticado. Que acertam ora o cravo, ora a ferradura.
As repreensões laudatórias o têm
ajudado a ladrilhar seu desfile de gala rumo ao estrelato político brasileiro,
pois o elevam à condição de adversário plenamente apto ao embate político. Como
se todos os participantes da luta dispusessem das mesmas armas. O que é uma
ilusão, naturalmente. Lula tem a seu favor os fabulosos recursos do governo
federal e de uma extensa rede de esbirros infiltrados em estatais e no serviço
público, além de grandes forças organizadas como sindicatos, ONGs e uma renhida
organização de sites, blogs e teclados de aluguel espalhados pela internet. Ao
passo que a oposição pode contar apenas com um apanhado de vozes minguadas que
mal se escutam na imprensa, abafadas pelas estrepitosas trombetas dos jornalistas
puxa-sacos ou pelo pesado silêncio dos eternos omissos.
O resultado desse tratamento condescendente
de Lula por seus críticos é que acaba por legitimar um oponente que é craque em
jogar areia nos olhos dos opositores e não se intimida em lhes atingir as
partes baixas. Se preciso for, o lesa-pátria não hesitará em lhes arrancar a
cabeça, mesmo que já estejam estendidos no chão, desacordados. Para Lula, o
cachorro nunca está suficientemente morto.
E que os mais recatados não deixem
cair seus queixos de espanto ante tamanhas baixezas. Elas fazem a delícia de
grande parte do distinto público. Quanto mais cafajestes os truques do velhaco,
mais fervorosos os aplausos e as hosanas. Muito clamam por sangue, ânsia logo
atendida pelos cães de guarda mais ferozes do lulopetismo. Há descontentes na
arquibancada? Que se danem. O comando é total, não tem pra ninguém.
Uma plateia ávida por
canalhas e canalhices: eis um dos golpes de sorte que favorecem a escalada de
Lula rumo ao poder supremo no Brasil.
Mesmo assim os referidos “antilulistas
elogiosos” insistem em contrapor um “O homem não é tão ruim assim” às críticas
que dirigem ao rei da demagogia. Trata-se dum homem do povo, oras. Subiu das
profundezas do sertão nordestino com suas próprias pernas, venceu praticamente sozinho,
é o autêntico paladino brasileiro, exemplo vivo da nossa linda mobilidade social.
Aos olhos desses românticos,
Lula acumulou um crédito extraordinário por ter superado nosso cruel apartheid de
classes. Em certas cabecinhas perdidas, sucesso tão rotundo dum marginalizado
social automaticamente dá ao pobre-coitado carta branca para delinquir. Na nossa
cultura de panos quentes, Lula merece não uma segunda chance, mas segundas
chances infinitas. É como se fosse um indígena eterno, inimputável. O Peter Pan
da política nacional. Para sermos imparciais com ele, temos de ser parciais.
Desequilibrar a luta a seu favor. Lhe dar sei lá quantas léguas de vantagem na
corrida por um lugar ao sol. Se falarmos só mal, nos tomarão por radicais. Queremos
que nos vejam judiciosos. Somos gente fina. Nos pretendemos donos duma
complacência superior. Habitamos um plano etéreo, quase divino. Não descemos às
baixarias dos meros mortais.
Cubra-se, assim, o embusteiro
de ressalvas redentoras. Ninguém pode ser tão mau. E eis outro golpe de sorte
a limpar o avanço do pobrezinho rumo ao poder total no Brasil.
Imagine-se um americano ou um alemão que tivesse
cometido em seu país os crimes de que Lula é acusado por aqui. Em
países em que as leis existem para ser cumpridas e não para servir de enfeite,
Lula, para sermos moderados, a esta altura só arrumaria emprego como monitor de
zoológico. Muito provavelmente estaria atrás das grades pelo menos desde 2005.
E quem festejasse suas afrontas à justiça correria o risco de acompanhá-lo por
apologia ao crime.
Vamos falar sério: nada
existe na biografia ou na conduta desse contumaz doente verborrágico que seja
digno de louvor. Pelo contrário, é uma história da qual qualquer pessoa
minimamente honrada e honesta se envergonharia. Só mesmo um cínico patológico
para se vangloriar dela. A honradez não está entre seus sonhos de consumo, definitivamente.
O mestre da empáfia meramente
faz o que nos meus tempos de facul os libelus, se referindo aos caminhandos e
refazendos, então seus inimigos figadais, chamavam de "ocupar
terreno". Na política e na vida cultural brasileiras o que não falta é
espaço vazio. Segundo os analistas que saltitam contentes nos jornalões e
revistões da Pátria Amada, a política, qual a natureza, não tolera o vácuo e
Lula faz muito bem em ocupá-lo. Se para isso apela a golpes baixos, é questão
secundária.
De qualquer modo, a
tolerância ao vácuo parece relativa entre os políticos. Os tucanos, por
exemplo, o toleram e muito bem. Nos últimos dois anos de seu desgoverno, a
presidenta Dilma tem oferecido de mão beijada à oposição um espaço imenso,
praticamente suplicando “Vai que é sua, seu tucano!” Mas, sendo aves garbosas, de
fino trato, os oposicionistas ensaiam um biquinho e fazem que não é com eles.
Resultado: uma abundância de espaço do tamanho do Maracanã fica dando sopa por
aí.
E quem vem solerte e brejeiro
ocupá-lo? Bidu. E eis mais um golpe de sorte a bafejar a travessia do sr. Lula
rumo ao poder soberano no Brasil.
Certos brasileiros não são de
tomar decisões. E, quando as tomam, em geral já é tarde. Ficam lá hesitando
como se tivessem todo o tempo do mundo. Só não hesitam em entregar os destinos de
todos os brasileiros nas mãos de aventureiros. E quanto mais safados forem,
melhor.
Mês passado, como todos
viram, o PT fez um tropel danado para comemorar seus dez anos de poder. Os
petistas estão cantando maviosos de papo pro ar não apenas porque o formidável
baú do Tesouro lhes caiu fácil, fácil nas garras, mas, principalmente, porque ninguém
se atreve a lhes antepor resistência. É como se tivessem ganhado um salvo-conduto
para roubar.
Em 2005 se enterraram todas e
quaisquer dúvidas que pudessem existir quanto à índole e aos propósitos de Lula
e seu PT. A partir dali opor-se partidariamente ao lulopetismo não implica
encruzilhada alguma. O norte da moralidade e da ética está sempre claramente
distinto na bússola. Só não o segue quem não quer. Não precisamos ficar nos
perguntando se nossa índole é esquerdista ou direitista. Se será melhor
suar a camisa e ser um brasileiro independente, dono do próprio nariz, ou
entregar nosso destino aos programas governamentais para que nos levem aonde melhor
aprouver ao ditador de plantão.
Deixemos essas questões existencialistas
para países embrionários como Venezuela, Bolívia e Equador.
Nem é preciso frequentar um
seminário sobre Caio Prado Júnior ou ler qualquer livro de Darcy Ribeiro para
saber o que somos e o queremos ser. Basta olhar em volta. Eis o método
preferencial de gente como Sarney, Collor, Renan Calheiros. E o próprio Lula. A
realidade imediata sempre é suficiente para o bom entendedor. Temos intelecas
demais e realistas de menos.
Enquanto os pensadores
teorizam suas hipóteses mirabolantes e os oposicionistas batem cabeças, Lula e
seus exército cada dia maior de predadores vão devorando o país pelas beiradas.
Como foi dito anteriormente, não por mérito dele. Mas por acanhamento dos macambúzios
que se acham limpinhos demais para enfiar a mão na merda.
"Analistas" há que querem
enxergar no caudilho do PT o estrategista-prodígio que só existe na mitologia
criada por sua orquestra de papagaios sob a batuta bradada pelo próprio. Lula não
passa dum espertalhão sortudo que desde cedo sacou que iria longe se usasse a
dosagem certa de atrevimento, lábia e oportunismo. E longe chegou, para gáudio
dos bandidos que se juntaram a ele ao longo do caminho. E desgosto de quem só
quer trabalhar e levar uma vida decente o mais longe possível do jaguncismo.
Essa combinação de virtudes
pessoais para o crime não seria lá muito útil se os bananas agissem como homens
e fizessem cair a espada da lei sobre o pescoço do meliante. Mas os poltrões não
só se omitem como chegam ao descalabro de contribuir para o seu sucesso. Como
cometem tal proeza? Aceitando-o como um igual. Enaltecendo seu pragmatismo que
na minha terra tem outro nome: jogo sujo.
E há os políticos que querem
emulá-lo em seus métodos populistas. Uns até parecem lamentar não ter nascido
tão descarados quanto o grasnador de infâmias. É o caso do ilustre governador de
Pernambuco. O sr. Eduardo Campos leva todo o jeito. Como aprendiz de Lula, logo
se tornará exímio transgressor de regras. Campos vem estudando há anos os
passos do mestre. Ainda não se sente seguro o bastante para um voo solo. Quem
sabe o faça quando Lula não estiver mais presente. Enquanto este continuar em
cena, será capaz de qualquer coisa e é bom não abusar. Quanto ao sr. Campos,
ainda não se sabe até que ponto vem disposto ao abuso. Aliás, pouco se sabe sobre
o sr. Campos.
Qual é a dele, afinal de
contas? No quesito fisiologia saiu-se tão bem quanto qualquer coronel do
agreste ao arrumar uma grande boquinha para mamãe no Tribunal de Contas da
União. Se a jogada serve de cartão de visitas, o atual governador de Pernambuco
na certa vai longe.
E seu partido “socialista”, por
que cartilha reza? Qual é seu projeto político? Como “socialista” o sr. Campos estabeleceria
um gigantesco plano de estatização, revogando a iniciativa privada? Seu projeto
“socialista” seria implantando por quem? Pelo papagaio boquirroto Ciro Gomes, o
mais estapafúrdio animal político de que se tem notícia nos últimos quinze anos?
E já que falamos em eventuais
discípulos de Lula, a quantas anda a sra. Marina da Silva? Há décadas ela vem
rezingando sobre sustentabilidade em sua vozinha monocórdia de quem se pretende
impor pela cordura. Que formato teria uma eventual política que combinasse sustentabilidade,
emprego e produtividade? Alguém sabe o que Marina pensa exatamente do que quer
que seja? Que não dá lá grande importância à moralidade e à ética na política
já está sobejamente claro. Até hoje se recusou a condenar com todas as letras
os métodos sujos empregados pelo petismo e sempre declarou que tem em Lula um
ídolo a quem venera. Mesmo depois da inesgotável podridão que emana das
negociatas perpetradas pelo neocoronel. No evento em que fundou seu novo
partido, Marina discursou que "Não somos oposição nem situação a Dilma”. É patético
além das palavras que a líder dum partido que um dia pretende disputar a
Presidência não se posicione politicamente. Ao proferir tal asneira, Marina involuntariamente se igualou a Kassab, aquele cujo
partido não é de direita ou de esquerda, muito pelo contrário. Kassab montou um
partido manifestamente de aluguel, que poderá atuar como sucedâneo do PMDB caso
Dilma o deseje um dia. Marina, não sei se sem querer, parece querer trilhar a
mesma senda. Senão, é apenas mais uma que velejará na onda de Dilma enquanto as
pesquisas se mostrarem favoráveis a esta, mas sempre se reservando o direito de
fazer oposição quando a popularidade da presidenta cair. E cairá, não há dúvida
alguma sobre isso.
Como se ainda fosse
pouco, Marina batizou seu novo partido de Rede. Segundo ela, atendendo a sugestões feitas por militantes na
internet. "O nome é uma coisa muito importante porque é isto que vai
constituir o nosso significado", disse. Que o nome dum partido seja
importante é uma constatação acaciana. Aí está o Demo para provar. Agora, que o nome “vai
constituir o nosso significado”, me parece enfatizar ainda mais a dubiedade do "Não somos
oposição nem situação a Dilma”. Afinal, pode-se interpretar “rede” de várias
formas, algumas benignas, outras decididamente malévolas. Uma das redes mais fortes
e atuantes no Brasil é a criminosa.
Quanto a dar um categórico murro
na mesa de basta à corrupção, necas de pitibiriba. Nem Marina, nem Campos, nem
Ciro, nem ninguém. Nós classes médias pagadores de impostos continuamos ao
deus-dará nas mãozonas inescrupulosas de Lula e sua gangue. A julgar pelo
silêncio sepulcral a esse respeito de Marina e Campos, nós classes médias ficaríamos
de novo num mato sem cachorro se um dia qualquer um dos dois se elegesse presidente.
Somos nós classes médias que damos um duro desumano para sustentar o governo
com quase seis meses do nosso trabalho a cada ano e mesmo assim nenhum dos
candidatos que ora despontam se prontifica a erguer bem alto a bandeira da
defesa do nosso dinheiro.
Como se não bastasse a
carência oposicionista que tantas felicidades lhe tem dado, o sr. Lula ainda se
beneficia da covardia das novas lideranças. E eis outro golpe de sorte a lhe engordar
as chances de proclamar a monarquia petista no Brasil.
Lula dificilmente encontraria
ambiente mais propício para suas estripulias políticas e seus atos virtualmente
amorais em outro lugar.
Tudo parece soprar a seu
favor. Somos um país constituído quase que unicamente de frouxos. Nossos
políticos, também quase todos, primam pela pusilanimidade, que pretendem fazer
passar por urbanidade. Todos – tantos nós quanto eles – nos orgulhamos da nossa
civilidade. A oposição se distingue pela tibieza. Os juízes, pela covardia e a cumplicidade.
Mas Lula merece pelo menos um
crédito: o empenho e o destemor com que vem espezinhando os sistemas jurídico e
político brasileiros. Alguém devia condecorá-lo. Estamos diante dum paladino. O
sr. Lula, ao longo de sua vida, já teve incontáveis provas de que está livre
para externar qualquer tipo de falácia, obrar qualquer tipo de trapaça. Se os frouxos
deixam, azar dos frouxos.
A atividade cotidiana de
Lula, que os grandes órgãos de imprensa e seus analistas tratam como
pertencentes ao embate político, pouco ou nada tem de política. Teria se ele —
ocasionalmente que fosse — deparasse com um adversário que o chamasse às
falas.
Enquanto isso não ocorrer, Lula
– e todo e qualquer seu herdeiro que se dispuser a imitá-lo – fará gato e
sapato do nosso sistema jurídico, dos brasileiros e do próprio Brasil. Ao
contrário do que seus críticos imaginam, um julgamento frio e imparcial do poderoso
chefão só o será se incluir termos e expressões à altura dos crimes cometidos
pelo sujeito e súcia limitada. Vamos parar com as mistificações: Lula não tem
talento nenhum. Se tem algum mérito é o da
cafajestice assumida.
Para mim pessoalmente, o que
mais chama atenção na expressão de Lula é o deslumbramento constante. O
primeiro pensamento que lhe deve subir à cabeça ao acordar toda manhã
provavelmente é: "Que foi que eu fiz pra merecer tanta sorte na vida, Deus
meu?"
Apesar de décadas de poder,
apesar dos dez anos como maioral inconteste do Brasil, o deslumbramento está
sempre presente.
Vejam a cara, a ironia a
marcar a linha da boca, a sombra constante de delírio no olhar, o esnobismo dos
trejeitos. Nem ele mesmo acredita nos fabulosos golpes de sorte que o
favoreceram em cada uma das principais etapas de sua vida.
Tudo começou, como disse, a
partir do momento em que se tornou sindicalista.
Quando o regime militar caía
de podre, lá estava ele para se fazer de combatente anti-ditadura.
Para os intelecas e seu eterno mal-estar com o mundo, o momento pedia alguém
que catalisasse as forças progressistas de resistência, que desse um rosto ao
"movimento". É claro que nada melhor que a cara barbuda do operário
sertanejo. Sua autenticidade arisca de nordestino rústico, seu jeitão
tosco, sua voz de granalha iam contra tudo que a caserna prezava: a limpeza, a
disciplina, a hierarquia, a obediência, a predileção pelo controle. Era o
protagonista perfeito para tomar a frente dos novos tempos. Foi assim que
cabras cultos, civilizados e inteligentes como Fernando Henrique Cardoso, Mário Schenberg,
Florestan Fernandes e muitos outros intelectuais terminaram por ungir o novo
líder da oposição brasileira.
E a sorte do rapaz parecia
não ter fim. Em 1980 o governo interveio no sindicato dos metalúrgicos de São
Bernardo e dois dias depois Lula ia para a prisão. Ficou encarcerado um mês. No
presídio, comandou uma greve de fome (que, como é amplamente sabido hoje,
furava chupando as já famosas balas Juquinha, vexame que ele próprio
viria a confessar muito depois, não sem um risinho irônico de pilantra assumido. Não estava
nem um pouco constrangido por ter traído com tamanha torpeza os próprios
companheiros de cela e de greve).
E os golpes de sorte se foram
sucedendo como que por mágica. O presidente Fernando Henrique logrou conceber e
executar o Plano Real, a Lei da Responsabilidade Fiscal e o Proer, que ajudaram
o país a segurar a onda através da mais brutal série de crises internacionais
da história recente. Em 2003, passada a tempestade, entregou a Lula um Brasil relativamente
saudável e a salvo da inflação galopante. Só faltou advertir: manuseie com
cuidado. Olha que pode se quebrar sob o excesso de roubo e incúria.
Nem bem bota os pesões no
Planalto, com dona Marisa mandando esculpir a estrela sombria no jardim do Palácio, eis que Lula é agraciado c’um novo golpe de sorte, desta vez verdadeiramente grande: a
China resolve inaugurar o capitalismo de estado e com isso se torna uma
irresistível locomotiva econômica do mundo, arrastando no vácuo uma penca de
países, entre eles o Brasil. E Lula estava lá para granjear até a última gota as benesses do furacão chinês.
Foram dois mandatos inteiros
de vendas extraordinárias de commodities, capitais externos abundantes,
elevada liquidez interna, alto consumo, disparada dos gastos públicos. O
aumento na renda e no nível de emprego viria a seguir. Lula não levaria o país
à bancarrota nem se quisesse.
Quais foram exatamente as contribuições
pessoais de Lula para esse súbito avanço nas condições econômicas do Brasil? Literalmente nenhuma.
Prova disso é que hoje estamos perdendo a
olhos vistos nossa capacidade de competir internacionalmente, os salários crescem
muito além da produtividade e a indústria vem sendo esmagada pela concorrência estrangeira.
De que armas de defesa efetiva o lulopestimo dispõe para desatar esse nó?
Nenhuma também, fora uma ou outra medida pontual e a discurseira insossa
acusando a “oposição” e a “direita” de tramar contra o sucesso do país. Lula e
Dilma não têm ninguém mais a quem culpar pela própria inépcia.
Como parece óbvio, é questão de tempo
para o “modelo” lulopetista baseado no consumo desmoronar. Quando vestiu a
faixa presidencial passada a ele por Fernando Henrique, Lula encontrou um pomar
paradisíaco com árvores carregadas de frutos. Seu único esforço era esticar o
braço e colhê-los. Quase ninguém por aí gosta de dizer, mas eu digo: é o
comportamento do brasileiro típico. Apanhar e chamar de seu o que outros
plantaram. Nosso modelo continua sendo – e será por muito tempo ainda –
Macunaíma. O herói sem caráter. Mario de Andrade parece ter profetizado o
advento do nosso valoroso ex-presidente em seu clássico.
Sob Lula, analfabetos
deram de querer entrar na universidade, pobres imaginam que não precisam trabalhar.
Instituiu-se de vez o espírito do sindicalismo, qual seja, você ganha tanto
mais quanto menos trabalha. A paralisação é a maior arma do sindicalista.
Paralisados estamos. E, como se quisesse coroar a grande infâmia lulopetista, a sra. Marta Suplicy ainda chamou esse “gênio”
de Deus. E não foi ironia, porca Madosca!
Lula é a típica salada brasileira de mistificação, populismo rasteiro, autopromoção, maledicência infinda contra os adversários. Há décadas parte do nosso jornalismo e das nossas universidades, aliados a artistas populares e diretores de cinema sempre ávidos por faturar nas bilheterias, vêm direcionando esforços para enxergar num mero espertalhão o rebelde
determinado a lutar contra as injustiças impostas de cima para baixo pelo
“sistema”. A trupe dos áulicos está de parabéns — conseguiram vestir o espantalho numa roupagem nobre. De golpista que em 2005 tentou comprar o Congresso Nacional na moita (até perceber que não havia necessidade de trabalhar nos bastidores — a tal "base aliada" se vendeu a ele às claras, sem maiores traumas), o cordão de mitômanos lulistas forjaram o libertário pai do pobres e salvador da pátria, sem dar bola para as contradições expostas por tal ornitorrinco político. Não temos apenas o povo que merecemos, mas a intelligentsia também.
Lula é nosso anti-herói fajuto. Aquele que se gaba de fazer e ter feito tudo errado. Uma metamorfose ambulante a respingar soberba. Um moleque urgentemente necessitado do superego da lei.