Bye-bye Mr Campos

Eis que Dudu Fields bate as botas e os leitores se persignam.
Eis a sina de todo cadáver brasiliano — virar herói.
Dilma decretou luto nacional, Aécio exaltou as excelsas virtudes do morto, as mídias estão em comoção, os leitores nos fóruns acham-se em doce estado de letargia sublime.
Eis que a Nação verde de imaturidade e amarela de covardia entra em catarse.
Novamente.
Quão pífia é nossa plêiade de super-homens defuntos. Tancredo, Senna... Quem mais? Ninguém?
Ninguém.
Campos não passava dum herdeiro do provincianismo coronelista deste paizinho fadado a marcar passo na fila da história. Tinha os olhos azuis, talvez adquiridos de remotos ascendentes holandeses. Na facul professores garantiam que não adiantava reclamar termos sido descobertos pelos portugas e, claro clarabela, botavam a culpa de tudo nos iankes — e nos mandavam ler Darcy Ribeiro, cáspite.
Alguém duvida que a mentalidade estreitíssima desse povo veio dos lusas?
Tragicamente — para nós, hoje — os franceses ajudaram os portugueses a expulsar os holandeses de Pernambuco. Se Campos tinha uma virtude, era a de ter no sangue resquícios do DNA germânico.
Campos cometeu uma administração desastrosa em seu estado e pisava em ovos em sua campanha para não injuriar um de seus padrinhos, aquele chefão mafioso que sabemos quem é.
Campos moveu a República para empregar mamãe no TCU, imagine-se o que faria se chegasse à Presidência.
Agora temos um santo nas mãos.
Marina vem aí.
Se deus existisse, pediria pra ele ter piedade da gente que habita este pedaço abençoado entre o Atlântico e os países andinos.
Quem garante que o bolivarianismo não é nosso destino ino hino genuíno?