Se fosse otimista, diria que a vida segue
não importa o que aconteça. E segue mesmo.
Todos que temos no mínimo 15 anos de
idade o sabemos. Sabemos mesmo.
A vida segue porque seguir é o que a vida
faz. E, em seguindo, não dá bola pra nossa racionalidade, muito menos pras
nossas esperanças. Basta olhar pra trás e imaginar os milhões de esperançosos
nas guerras e nas catástrofes contando c’um amanhã sorridente, só pra ver que
suas esperanças eram apenas isso, esperança, quando a hora chegou.
Apesar dos pesares acho que podemos nos
considerar felizardos por viver esta época. Historicamente falando. Pessoalmente,
posso testemunhar uns relatos que meu pai me contou na minha infância, sobre a
Revolução de 1932, quando os soldados de São Paulo entravam nas casas sem pedir
licença e confiscavam tudo que pudesse servir à resistência contra Getúlio.
Tempos heroicos, não é mesmo?
E a molecada nas escolas passam os olhos
sobre tais acontecimentos imaginando que sejam apenas história.
Não.
Mais que história, são a vida.
Se o lulopetismo não for derrotado na
eleição do próximo domingo, dias negros advirão e todos nos lembraremos que a
história não pede passagem e a vida prosseguirá em seu curso, indiferente à
nossa querência e à lógica que pensamos reger a vida.