São os eternos melindrosos

Os leitores da Folha prosseguem impávidos colossos em seu showzinho à parte nos fóruns do jornal. Uns até reclamam dos beliscões trocados entre Dilma e Aécio nos debates. Nisso estão com a maioria dos comentaristas políticos, escandalizados ante qualquer sinal de belicosidade mostrados por um candidato à Presidência. Quanto às quase 100 mil mortes ocorridas no país anualmente entre assassinatos e as causadas pelo trânsito, tudo bem. São coisas da vida, não é? Mas dois adultos a vociferar e exibir carrancas um para outro, ah que coisa feia. Brasileiro adora falar dos outros, mas só pelas costas. É o primeiro traço das características nacionais que todo estrangeiro saca de cara ao chegar na Idolatrada Salve Salve. De minha imodesta parte, percebi aos meus quatro aninhos a queda dos patrícios para a maledicência. Se você nota que um sujeito está falando a seu respeito e o interpela, ele vai dar uma de migué, sair pela tangente ou outra expressão idiomática que tal. Somos um povão de joões sem braço, sendo o maior deles o tal de Lula da Silva. E, obviamente, não é o tipo de assunto que se avista em jornais ou revistas por aí. Espanta a freguesia, e ninguém tá a fim de levar na cabeça. Jornalistões se encheriam de horror se lessem este textículo. Serão esses os brasileiros cordiais a que o pai do Chico se referiu? E o rebento, então, que desperdício. Serjão lhe puxaria a orelha e o ajoelharia num canto sobre grãos de milho se o visse defender o voto em Dilma ao mesmo tempo em que faz boca de siri sobre o saque que há doze anos o partido de madame vem perpetrando contra o Erário.
E os fóruns da Folha vêm até aqui salvando o jornal da indigência de sua linha editorial e da brandura de seus colunistas com os criminosos lulopetistas a sugar o Tesouro sem dó nem blablablá. Eu se divirto com o cinismo dos que defendem Lula, Dilma e a quadrilha instalada no Planalto e nas estatais. Também se mato de rir com a penúria vocabular da macacada. Cáspite, se quem escreve comentário político em jornal tem esse nível, imagina o resto. Nunca canso de me assombrar com a incapacidade quase absoluta do brasileiro médio de desenvolver um reles raciocínio e depois juntar um punhado de vocábulos para expressar o dito-cujo. Isso dá em duas calamidades, a saber: neguinho fica achando que José Simão é o novo Stanislaw Ponte Preta – de quem de certo nunca ouviu falar. Duas calamidades, eu disse? Deixemos por uma, tá mais que bão sô.
E tudo parece indicar que a Veja em sua edição impressa ou digital, ou ambas, logo terá um novo colaborador. Há um mês Reinaldo Azevedo vem diuturnamente levantando a bola do jornalista e escritor carioca Guilherme Fiuza em seu blog. Pode ser apenas coincidência mas Lobão e Rodrigo Constantino passaram pela mesma introdução consagratória de Azevedo antes que a revista os contratasse. Sendo proprietário do blog político mais lido do país e por isso mesmo um dos jornalistas mais poderosos do pedaço, duvido que Azevedo dê ponto sem nó. Até aí, ótimo, Fiuza faz parte daquela escabrosa lista negra de personalidades que se destacam pela luta contra o lulopetismo emitida por um jagunço de Lula. Eu mesmo outro dia fiz um comentário no blog do Azevedo reclamando que deviam ter me incluído também na relação. Percebi, pelos meus controles digitais, que Azevedo, assim que leu meu comentário, veio assuntar este meu humilde cantinho de resistência nacional à pilhagem do nosso dinheiro pelos sanguessugas que constroem portos em Cuba e dão refinarias da Petrobras de presente ao presidente cocaleiro.